O deputado Michele Caputo (PSDB) confirmou nesta
segunda-feira (7) que o Paraná poderá ser atendido pelo plano estadual de
imunização de São Paulo anunciado pelo governador João Dória (PSDB) e que
inicia no dia 25 de janeiro. Serão 4 milhões de doses da vacina produzida pelo
Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac,
disponibilizadas para os demais estados e municípios, o que contemplaria o
Paraná.
"Temos dinheiro previsto no orçamento. O Paraná
consegue absorver esse custo, e eu vejo que vacinar pelo menos os profissionais
de saúde já a partir de janeiro, nos dá uma condição estratégica de poder
garantir a continuidade da prestação dos serviços de saúde", disse o
deputado, coordenador da Frente Parlamentar do Coronavírus.
Michele Caputo defendeu que o governo estadual formalize
rapidamente os protocolos de intenção de compra para garantir as doses, pois
diversos estados e municípios já sinalizaram interesse na compra do imunizante.
"Os profissionais de saúde são essenciais nesse processo todo. Hoje está
difícil substituir, estamos tendo perdas e afastamentos, então não é questão de
colocar na frente ou atrás de ninguém, é preciso cuidar de quem cuida",
pontuou.
Recursos - Para iniciar a imunização já em janeiro de 2021,
segundo o deputado, podem ser necessários R$ 32 milhões dos R$ 200 milhões já
reservados para a compra de vacina - metade é de recursos próprios do orçamento
da Assembleia Legislativa. O valor é suficiente para adquirir 600 mil doses da
vacina do Butantan, se o valor praticado for o mesmo da oferta feita ao
Ministério da Saúde, que foi de US$ 10,30 por dose - equivalente a R$ 53,14.
"Quando se vacina contra a gripe, cerca de 272 mil
profissionais da saúde fazem parte do grupo prioriotário no Paraná. Como a CoronaVac exige duas doses e ainda tem
os 10% de reserva técnica para perdas esperadas, chegamos ao número de 600 mil
doses", explicou.
A compra da vacina de São Paulo não exclui a possibilidade
de comprar outras vacinas, como a do Ministério da Saúde, que será produzida
através do Instituto Oswaldo Cruz (FioCruz) e a farmacêutica europeia
AstraZeneca. Porém, Michele Caputo, que fará uma visita técnica à fábrica de
vacinas do Fiocruz no Rio de Janeiro nesta semana, alerta que esta vacina só
deverá estar disponível a partir de março de 2021.
"Vários países já saíram na frente e estão comprando
de três, quatro laboratórios. Não podemos no Paraná ficar esperando as vacinas
do Ministério da Saúde. Isso é ótimo, vai vir para os grupos prioritários. Só
que quanto mais paranaenses estiverem imunizados, mais fácil a imunidade de
rebanho", completou.
São Paulo vai dispor de 4 milhões de doses aos estados
O governador João Dória (PSDB) adiantou nesta
segunda-feira, que São Paulo vai dispor de quatro milhões de doses aos estados
e municípios interessados na coronavac a partir de 25 de janeiro. "O
objetivo é que os estados que solicitarem a vacina, possam iniciar a imunização
dos profissionais de saúde, público prioritário num programa de combate a
covid-19, e possam fazê-lo da forma mais rápida possível".
Doria também confirmou o interesse de oito estados que
solicitaram a vacina ao Instituto Butantan. Alguns governadores inclusive
vieram a São Paulo tratar desse assunto. Para citar dois prefeitos de muitos,
mas apenas homenageando o prefeito de Curitiba (Rafael Greca) que solicitou e
já anunciou inclusive nas suas redes que fará a aquisição da vacina para a
imunização dos curitibanos".
O deputado Michele Caputo esteve com Dória, em São Paulo,
há duas semanas, justamente tratando sobre a possibilidade do Butantan ofertar
doses da CoronaVac ao Paraná. No encontro, também foi apontada a necessidade da
criação de um plano estadual de vacinação. Em reunião com o diretor do
Instituto Butantan, Dimas Covas, outro ponto destacado foi a importância do
Paraná formalizar um memorando de intenção de compra para ter as doses
reservadas.
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